Agora engulo sombras.
Para me recuperar desta noite cortante.
Para me cortar nesta noite horripilante.
Noite de lombrigas, longas brigas e lombras.
Noite de medo. Sono que não trouxe
De agonia apagando o fogo.
De ferro furando o olho.
De velhos sorrindo a toa na esquina com algodão doce.
Noite de casas que ganha vida.
Que nasce na rua das porteiras.
Que não cega uma parteira.
Noite que não apara sonho. Não prepara saída.
Noite de sons que não são canções.
De trago que não trago.
Noite que congela lago.
Noite que gera criaturas sem corações.
Vidal de Sousa
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