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17 abril 2011

LUCIDEZ

A lucidez inevitavelmente me transtorna;
Perturba-me e por vezes me angustia;
Deixa-me vulnerável demais à morte, me transporta
Arremessando-me à tona a desejos meramente suicidas.
Transporta-me pelo estreito de minha consciência;
E aborta-me dos olhos uma lágrima e uma emoção;
Torna cada vez mais insuportável suportar minha existência;
E alarga indiscriminadamente esse fosso de solidão;
De dor faz-me ceder a certos impulsos;
E a atentar até mesmo contra minha própria vida;
Quando dou-me conta esvai-se de sangue meus pulsos;
Satisfeita despeço-me finalmente de toda minha agonia.

Liedja Marques

09 julho 2008

Libido

Faz-me perder os sentidos outra vez;
Apressando-me com os dedos e a língua,
Amarrotando-me o corpo com tua nudez;
Amordaçando-me no vapor da saliva;

Morde-me o pescoço e aquece-me a nuca;
Profana-me com palavras os ouvidos;
Percorre-me pele, pêlos e vulva,
Sufoca entre tuas pernas meu gemido;

Ata-me os pulsos com tuas mãos;
E prende-me forte a tua cintura;
Atira-me as roupas dispersas no chão;
Faz-me refém de tua irremediável loucura;

Persegue-me como a fissura a teu vício;
E entrega-te como o corpo a morte;
Deseja-me como o fim ao início;
E como ao sangue a dor insuportável do corte;

Experimenta-me até o cansaço;
E mantém incansável o membro erguido;
E enquanto me ocupa o tempo e os espaços;
Penetra-me os poros com tua libido.

Liedja Marques da Silva