31 março 2011

Alexandre Sá



Grande artista Goianense, responsável por polinizar artes plásticas e sonora no início do século XXI, por meio de suas aulas não formais e a antológica radiola de jornal que soava grandes clássicos do MPB e do ROCK setentista mundial. Esses encontros realizavam-se no útero da Maçonaria, onde se situava a deaparecida AGA(Associação Goianense de Artes). Essa figura de fôrma única se encontra pelos ares da carnavalesca Olinda, onde leciona aulas de desenho a pintura na rua 1 - nº4- Quarta Etapa- rio Doce. Nos finais de semana expõe sua mais nova descoberta artística, a SERIGRAFIA em blusas, na praça do carmo(Olinda-PE). Para mais informações e encomendas ligue: (81) 8734-8370.





29 março 2011

relise 3 - Poetas no Silêncio Interrompido.

Pois bem, assim se fez mais um Silêncio Interrompido. Poesias, Artes visuais & Música.
Praça cheia, iluminada, chafariz de fundo, crianças animadas correndo em volta do coreto, sábado fugindo de marasmo (e haverá mais). O Movimento inicia suas atividades de palco com muita alegria, participação dos coletivos e artistas. Até abril!

P.W.
Edison
Thiago
Vidal.

agradecimentos especiais:
K.A.O.S (mago & tiago S.), Iapôi cineclube, Caio D., Ponto de Cultura Alafiá, e a todos que recitaram -Geisiara, Severina, Julie, Alvinho, Adriele, aos artistas plásticos Thalita, Rodrigo, César.

e todos não lembrados... -perdão.

relise 2 - R.V.A [rapazeada voz ativa]

Mais uma vez o pessoal do R.V.A instiga a noite no Silêncio Interrompido.

R.V.A
R.V.A
R.V.A
R.V.A
DJ Morcego
Wellison
agradecimentos:
todos do R.V.A. / Wellison / Dj Morcego

28 março 2011

outras conexões / blog do shirukaya

acompanhem outros olhares sobre o movimento silêncio interrompido pelo blog do shirukaya. clique aqui
Philippe e Dj Morcego (fundo).
foto: Wander Shirukaya

relise 1 - silêncio interrompido 26-03-11

Está aí: 1° parte do relato do silêncio interrompido do último sábado. Exposição de desenhos, grupo de artistas interessados em mostrar seus trabalhos. A exposição do próximo mês está em aberto para os calaboradores. Agradecimentos especiais a todos que deram uma força na exposição.



P.W
Túlio Gadelha
Túlio Gadelha / César Oliveira
Andson Carlos
Rodrigo Rodrigues
César Oliveira
Luccy Lopes
Vidal de Sousa

Agradecimentos a todos que participaram direta e indiretamente com a exposição e o Silêncio Interrompido.
OBSERVE & ABSORVA

18 março 2011

SILÊNCIO INTERROMPIDO 26/03 - sábado

O Silêncio Interrompido irá ocupar a praça João Pessoa com mostra de desenhos, recital e apresentações musicais. Inicía-se as atividades em espaços públicos de eventos, ocupações e mostras. Nesta edição, comemorando o mês da poesia:

MOSTRA DE DESENHOS:
Andson Santos
César Oliveira
Philippe Wollney
Rodrigo Rodrigues
Sandro Gonzaga
Thalita Medeiros
Vidal de Sousa

RECITAL:
Ademauro Coutinho
André Philipe
Devid Borges
Philippe Wollney
Rodrigo Rodrigues
Wendell Nascimento

MÚSICA:
R.V.A [rapaziada voz ativa]
THE BLUE TOMATO

QUANDO: 26/03 - sábado
HORAS: apartir das 20h
ONDE: praça João Pessoa, Centro, Goiana-PE (próximo ao banco da Caixa Econômica)


Leve seu poema, pois sempre haverá espaço pra declamar sua poesia!
OBSERVE & ABSORVA

última chamada para domingo

ÚLTIMA CHAMADA PARA O IAPÔI CINECLUBE - PROJETO INTERAÇÕE DE LINGUAGEM




IAPÔI Cineclube finaliza um projeto de interações de linguagens aprovado no Edital do Fundo Estadual de Cultura - FUNCULTURA.

No dia 20/03/2011 (próximo DOMINGO) no mês da poesia será será exibido o filme "Patativa do Assaré - Ave Poesia" do diretor Rosenberg Cariri, haverá o cinedebate e logo após haverá o recital com os poetas Ademauro Coutinho e Wendel Nascimente junto com o som da viola do Thiago Laranjeiras.

Quando? 20 de março de 2011 às 16hrs (PRÓXIMO DOMINGO)
Onde? Polytheama, Rua Direita, Centro - Goiana-PE
Quanto? Gratuito

Apareça, pois filmes são feitos para serem vistos!

http://iapoicineclube.blogspot.com/

Um Matuto no Oriente

Acordei num terremote
já c’as coisa disabano,
pegou fogo nos destroço
quaje eu ia assano,
vêi um tá de trissuname
fugi na frente nadano.
Pa acabá de lascá
uma usina nucreá
isprudiu contaminano.

Que lugar filadaputa
é esse que vim pará?
Aqui só tem japonêi
num dá nem pa peiguntá.
Puraquí se vive munto,
mas num vô querê ficá.
Vô mimbora pu sertão
lá a seca lasca o chão
mas num treme, nem tem má.

Fernando Nascimento

porra/e de poesia

meu dia
virou
poema
injeção
de poesia
[penetração de um gigante poema]
gozo
de erótica heresia
poemundo
porre de metrópole
porre de zona
porre na mata
porra
quem me dera,
chovendo em goiana e em recife
encharcando as lonas dos circos de horror
lapada de cana
cana
e
lapada
show da tua dor
choro
chorume
erosivo
resta
aresta de solidão
mata
mata, cachaça
apego foi morto a tiros à queima roupa
- matei-o -
passado
presente
sempre
no peito
nos peitos
no corpo todo
- coração não é o corpo todo?
clitóris no pescoço
pôr-do-sol na alvorada
queijo na chapa
vida maruja
amor
sabor de cor de chuva
fico
declaro
que o amor
é verdadeiro.

caroll vital
(para P.W.)

17 março 2011

Fragmentos de uma Mente de Criança Nada Admirável

Companheiros e Companheiros, enfim foi chegado a grande hora do fim desta viagem nesta nau retirante de horizontes esperançosos que navegou por muitas águas e atracou em ilhas e continentes sem nome.

Nas varias poças que estivemos, achando-o este dito cujo: mar. Pequeno demais. Apesar de sua preguiça sábia espelhada, transparência transitórias de golfinhos, a demasiada realidade existente de Deus sendo de todo um vento só. Tivemos que ser corajosos e catar alguns marujos que estavam ali, figurando-se no cais, esses loucos, divertidos, humanos e humildes, estes que pela dificuldade da vida só tem uma banda da maça na cabeça. Estes que sempre disseram sim e no medo glorificam a talhada frase: estou contigo.

Vocês sabem bem que eu nunca desempenhei bem meu papel de capitão, mas, sempre fui visto por vocês como líder companheiro, louco camarada e de facetas maiores.

Durante o dia cruzado e a noite vazada, alguns que permaneceram insones ao meu lado viram meus dedos dançar no mapa das horas, sempre indo aonde o extinto aventureiro mandasse. Tivemos que brigar muito neste ano, brigar bastante e meus rivais sabem disto, quando lutei com piratas, quando tremi na frente de meus fantasmas, e os marcianos cabeçudos? Tão estranha criatura que nem muito aguentou meus socos. Houve homens carrancudos com cara de mal, mulheres cobras que se apresentavam como musas, sereias que levou um pouco da minha tripulação. Homens são uma merda, como disse Bengala Veia, grande marinheiro, antes de cair nos seios fartos da sereia.

Hoje meus caros, eu não me encanto por mais nada, nem tão pouco hei de procurar as filosofias orientais. Nem as presenças dos índios. Nem santos e demônios. Nem os becos de beiço estreitos, o fundo do copo. Nem a solidão de um abismo. Só dois tipos de homem fazem trajetos dentro da alma sem ajuda alguma: um cego ou um gênio. Eu não sou nenhum dos dois.

Durante os sois que vieram e as luas que me deram as coisas, tive grandes paixões. Isto não poderia deixar de comentar. Ambas me ajudaram em tudo. Cada uma rasgando a seda de meu coração. Ambas me ensinaram o caminho de cada rua de e de cada nova cidade que eu visitava, conquistava e destruía. Uma me ensinou-me a simplicidade de sentar ao chão e ir nas costas das formigas, beber da chuva quando se tem sede, respirar para poder ir com o peito feito um balão, leve, adoçar os pés com grãos de areia, rir e ser verdadeiro apesar da presença da falsa mágica que há em cada vida, não ser tão doido e pestilento, o hospício realmente não me trás boas saudades. A outra me mostrou a sabedoria escondida em mim, a arte de amar, a poesia mútua e profana, a filosofia de conhecer meu reflexo partilhada em cacos de cem mil cristais, me ensinou quão forte posso ser, quão fraco posso ficar, me ensinou a ser cronista quando se dá de cara na parede, a saber enfrentar os vilões mais altos e fortes do que eu, me ensinou que uma vela acesa e algumas notas não é filme dos anos trinta mas a meninice de pular muros e vê-la nua tomando banho, ter os pés como raízes no chão e buscando sempre os frutos e pássaros para me habitar.Ter realmente o que dar e saber construir algo a mais além de barcos que afundam com a primeira bala de canhão. Amei todas as duas da mesma forma que um agricultor ama a sua terra. Mas a última em especial. Carrego-lhe sempre mais minhas palavras tombadas como um edifício resistindo ao seu tempo. A primeira teve meu relógio última teve as frações dos meus ponteiros.

Lembro-me agora após descrever minhas duas paixões, o renascer de uma luz. Que muitos comentam que é loucura minha, mas, é uma luz que entra na taberna pela noite sempre quando meus pensamentos caem na lama e o escuro lambe as velas acessas. O preto consome por completo tudo aquilo que se entrega, eu nem sempre resisto, mas, ela, a luz, tímida vem até mim e abre um sorriso. A esta nova. Não posso dizer amor que isso são para os corpos tardios pela falta de banho tem o grude um do outro, mas, a pureza da coisa, tem o trajeto suficiente de chegar na alma do outro. Atravessar a ponte e acender as luzes, enriquecer o campo com verdes vaga-lumes, trazer no perfume um raro mar. É a esta moça coberta de sol que agora estou sempre a buscar.

Ao fundo a tempestade certo dia derrubou uma frota vindo atrás da gente. Temos sorte. Nas guerras que duraram demais, parecia que não haveria mais amanhecer. Nestas profanas provocações da vida, todos nós perdemos alguns, a estes, que se foram corajosamente, fica uma fotografia guardada no meu criado mudo. Amigas conselheiras, que nos viram sujos, distanciaram-se, tiveram lá suas razões já que nem toda rua passa pela nossa casa. Sei que decepcionamos muita gente. Recebemos tomates na cara, fui acusado de falso herói e por algumas vezes passei dias na prisão. Felizmente. Vocês não passaram comigo. Tem lá suas próprias prisões. Comendo os dedos, não enxergado, bebendo as horas e dormindo no lado aonde a luz não alcança. Mas minha fuga foi mencionada em vários poemas homéricos e por muitas cidades, orgulhando há um pequeno público.

Juntos abençoada tripulação: Choramos, rimos, gritamos, amamos, amamos, amamos, fizemos, esquecemos, começamos, terminamos, bebemos demais, dormimos em camas macias, camas duras, lençóis das ruas , fomos sábios, mágicos, malandros e malandras, vilões e vilã, herói e heroína, covardes, revolucionários e revolucionarias e idiotas demais. Hoje reconheço todos familiares que há em mim, vocês fazem parte disto em formato de anjos e outro milagres. Durante nossa passagem por estes lugares também perdoamos, perdoamos e também não nos esquecemos. Foram uma porrada de coisas Né?

Agora caros companheiros e companheiras, eu agora, vos deixo, em seus devidos lugares. Não se preocupe comigo, repartimos este tesouro de estarmos vivos e juntos, igual por igual, o que foi meu eu dei a quem precisou e hoje o gasta da melhor forma. Não Preciso de muito. Apenas do que posso carregar na bolsa e nos bolsos. Chegamos, meus queridos, ao que considero ser o fim da paisagem. Desçam, vão, vão encontrar seus familiares, seus cães e gatos, suas garrafas de rum e vodca, deixa-me, sozinho neste navio. Com os cadernos cheios de planos de fuga e mapas, os alçapões cobertos de bugigangas, algumas garrafas de água e vinho vazios e uns punhados de arroz, oito ou cinco moedas de prata e ouro e um papagaio que voou quando eu o esqueci. Deixa-me velho velejar e novo seguir.

O sol vai perdendo força e sonolento, cai leve num lugar inalcançável, além do mar. A lua fria melancia, estrelas parecem brincos na orelha da preta noite, uma brisa gelada, sei que meus olhos vão avistar um novo lugar, sinto que meu senso solitário diz que estou prestes a chegar há algum lugar. Quem sabe eu atraque, sinta uma nova terra, quebre os remos, furo as velas, arrombo o fundo do navio e o verei naufragar, respirarei sua morte doce tragada por águas de piso raso e mole, darei as costas pro que foi e o que ficou. Chamar esse novo lugar quando eu chegar de - meu lar.

Não esqueçam companheiros e companheiras, nós nos veremos por ai, na verdade estamos sempre a ir? No momento não dá para ficar. Mas nem por isso, não parem a música, não apartem as brigas, não parem o gole de uma nova bebida, nem interrompam os atos de sexo, não aplauda antes de qualquer poema terminar. É uma forma de eu dizer que vou estar aonde todos vocês lembrar de mim.

Como disse caros companheiros e companheiras a viagem foi longa mais conseguimos atravessar todo esse tempo chamado: MAR.

Então vos desejo um: Brinde, abraços, beijos, apertos de mãos, acenos e ponta-pés. E bem vindos a sua nova terra e novo mar.

Do jovem-velho: Aldemir Suku.

Verdade em 7

Se 7 vidas eu tivesse,
7 caras não teria.
Tudo de 7 eu comprava,
Tudo em 7 eu teria.
7 mulheres arrumadas,
7 x 7 crias.
Se 7 inimigos eu tivesse,
7 males não plantaria,
Pois por mais que em 7 eu tivesse
7 palmos me esperaria,
Mas 7 bem eu plantava!
Pois 7 bem me abraçaria.
Mesmo que o 7 me atentasse,
Jamais eu mentiria.
Se 7 milhões eu ganhasse,
7 milhões comeria,
7 dias eu cantava,
Por 7 dias eu beberia,
E se 7 mil anos eu vivesse,
Por 7 mil anos escreveria.

André Philipe

Meia idade quase cheia

Meus políticos
Foram os mesmos da ultima eleição.
Trabalhei
Hoje não sou de me esforçar!
Tudo é peso,
O cabelo deu pra cair,
Os preços não subiram devagar.
Chamegos já não são de arrepiar,
Não me chamas de meu nego,
Te deixo minha Iaiá.
O desejo
Não é beijo, queijo,
Nem rimar.

Geisiara Lima

Três capítulos

I.
Seja bem vindo sentimento vasto
Abro-me em braços
Desarmo meu peito
E todo coração a mostra.
Vem
Que os sons de teus passos
Ecoam nos corredores transformados em terraços
Harmonizam meus tímpanos
Tranqüiliza um amor devasso-íntimo
Que se perfuma com as flores plantadas na varanda.

II.
O café servido na cama:
- um poema com cheiro de lavanda

III.
Sobre os lençóis luz vespertina
No quarto é a janela aberta que os situam no tempo
- no alto, sob seu signo, brilha matutina
Guiando-nos pelo terno/intenso(
) luxuriante/sereno.

P.W.

Rouxinol

Nas noites acordadas
suspirando por orações a deuses
pagãos,

solto o meu grito por clemência,

e,

os meus ouvidos compreendem
o cantar mudo do rouxinol,

que,

assustado pelo troar do trovão,

emudeceu.
 
( O Transversal - Ricardo Pocinho ) 

Adeus

Ambos voámos nas asas
do pássaro gigante

mostraste me tudo, mesmo o que,
ninguém jamais viu,

sentiu,

um dia continuaste, só ,imparável,

sem um adeus sequer...
 
( O Transversal - Ricardo Pocinho )

Sentir

Queriam as aves voar
sem destino

procurando alegria bem longe
dali,

ficando estático senti
vento frio,
gelo mesmo,

quando me chorei
por ti...
 
 
( O Transversal - Ricardo Pocinho )

Deusa de Vênus

A verdade é que há tanta falsidade
No sorriso das pessoas do convívio...
Quantos urubus rondando a cidade,
Tornando ainda mais repugnante o vício.

Tua sinceridade não é encontrada na esquina
Somente o tédio é o maior anfitrião
O desprezo cresce rápido e me fascina
O silêncio descobre a névoa da razão.

A fumaça sagrada não me satisfaz
Uma suprema aversão impregna a alma
E sufoca e enterra toda forma de paz
Espero a noite da tormenta que me acalma.

Deusa de Vênus que pode sentir
Dos gritos abafados em meu peito
As traças sombrias a destruir
Nosso lar imerso num sonho perfeito.

A saudade incita a aflição de todo dia
Não consigo de modo algum esquecer
Aqueles eternos segundos de alegria
Na rua, na praia, em casa quero me perder...

És divina fúria em gotas de obsessão
Desencadeando repentinos tremores
Amolando a lâmina devastadora da paixão
Dos tenebrosos e verdadeiros amores.

Banhada em clarões, sem querer te vejo
Deitada sobre os destroços da nossa cama
E na lembrança de um salgado beijo
Meu coração desesperado te chama.

Vem Deusa de Vênus, esmagar a pungente dor
Sacia esta sede infinita que no meu ser ancorou
Traz tua fonte lírica que transborda pleno amor
O encontro dos mares nem sequer amenizou.

Vem Deusa de Vênus, minha agonia arrancar.
A espera me corrói, mas meu dia vai chegar.

Sandro Gonzaga

Sono do sol

O sol abre os olhos em flor
Depois duma tempestade de espadas
Que se refugiam e refletem espelhos de mar
Os olhos do fogo abertos dentro da chuva
Ressoa na atmosfera cambiante
O cântico negro dos pássaros despedaçados
Resplandece a noite na aurora banhada em sangue
A multidão decepada
Joga futebol com suas cabeças radiantes
A luz do vento passa pelas frestas encobertas
E um louvor de cigarras no fim de tarde
Traz a gigante onda repleta das virtudes hediondas
Acordado o sol tem mais força
E modifica a órbita dos planetas em fúria
Dos seus olhos surgem lágrimas que inundam o tempo
As cores crescem no limiar da lua ofegante
E os animais dançam com os homens a música da floresta
Mas a hora do crepúsculo se anuncia na estrada
Um cortejo de peixes no rio das folhas azuis
É sinal que o sol está prestes a dormir o sono das eras
As fontes perdem o vigor do céu
As árvores desmancham sem seiva
O oceano seca e racha a terra
O espaço está na rota de colisão com o cárcere profundo
Tudo isso porque o sol fechou os olhos
E dormiu na cratera sem vestígio de luz.


Sandro Gonzaga

Por que você deixou a televisão ligada?

Deixei a televisão ligada para que o vazio se distraísse um pouco
e por um instante eu não me visse entediado,
mas a mulher e o menino ainda não tinham acordado
e as paredes com os seus azulejos marrom não me diziam nada.
As panelas no fogão, as facas e os interruptores, todos eram personagens responsáveis por essa atmosfera.
Pois, todos eles continuaram propositalmente inertes.
Porém, longe daqui em algum universo paralelo ao meu
todo resto do mundo já estava olhando para os dois lados
antes de atravessar a avenida.

Wendell Nascimento

15 março 2011

IAPÔI cineclube - AVE POESIA


IAPÔI Cineclube finaliza um projeto de interações de linguagens aprovado no Edital do Fundo Estadual de Cultura - FUNCULTURA. O Projeto consiste na realização de duas sessões do cineclube que envolva Cinema, Poesia e Música. A primeira sessão foi realizada em homenagem ao Multi Artista Solano Trindade, onde foi exibido o filme "Solano Trindade 100 Anos" junto com recital pelo poeta Ademauro Coutinho e pela dupla de Músicos Leandro Silva e Thiago Laranjeiras.

O segundo momento do projeto será realizado no dia 20/03/2011 e será homenageado o Poeta Patativa do Assaré. Na ocasião será exibido o filme do Rosenberg Cariri, "Patativa do Assaré - Ave Poesia" seguido do recital com os poetas Ademauro Coutinho e Wendel Nascimente junto com o som da viola do Thiago Laranjeiras.

SINPSE:
Sexto longa de Rosemberg Cariry, o filme começa em 9 de julho de 2002, quando autoridades políticas e artistas se apinhavam ao lado de um monte de gente, no sertão do Ceará, para um último adeus ao poeta Patativa do Assaré. A partir dessas imagens, o documentário passa a mostrar a vida e a obra do artista. O diretor Rosemberg Cariry captava imagens do poeta em feiras, na roça e na intimidade de sua casa desde 1978. Em 2009 Patativa completaria cem anos.

FICHA TÉCNICA:

título original: Patativa do Assaré - Ave Poesia
lançamento: 2009, Brasil
direção:Rosemberg Cariry
duração: 84 min
gênero: Documentário

Quando? 20 de março de 2011 às 16hrs
Onde? Polytheama, Rua Direita, Centro - Goiana-PE
Quanto? Gratuito

Apareça, pois filmes são feitos para serem vistos!

http://iapoicineclube.blogspot.com/

01 março 2011

SOLIDEZ : vidal de sousa & philippe wollney


O trabalho solidez é uma intervenção e invenção de Philippe Wollney na série de ilustrações intitulada SÓLIDOS do poeta e design Vidal de Sousa [BICHO COISA DESIGN]. Realizada em 01 de Março de 2011 faz parte da produção do Movimento Silêncio Interrompido de e-livros e a busca de interações de linguagens.
Para baixar em formato e-livro, clique aqui

VIDAL DE SOUSA [bicho coisa design]: adofloresmortas@hotmail.com
PHILIPPE WOLLNEY: philippewollney@yahoo.com.br

P.W.