18 agosto 2010

Provoc[ações



Provoc[ações ou reflexões sobre nós.

A cidade de goiana, exemplo de resistências em busca de existências de liberdades. Entre mulheres que guerreiam (hoje marisqueiam), quilombo que se afirma (malunguinho/catucá), abolicionistas que abrem senzalas, a cidade possui um “inexplicável” sentimento de inquietação, de re(e)volução.

Pelas ruas não é difícil notar porque somos também tradicionalmente conhecidos pela musicalidade. Violões dedilhados pelas praças, um pandeiro e cavaquinho em algum botequim, cavalo marinho perto de um botequim, uma sambada perto do botequim, um clarinete sendo escutado na viração, um pife agudo fazendo par com a batida eletrônica do grupo “Racionais” em alguma rua da periferia, a dama do passo alvamente vestida e bombos da Aruenda, e o congado das pretinhas, e a mandala cinrandeira; quantos tombos de bombos de boi a desfilar o ano todo?

Há jovens poetas que invadem a feira livre em uma manifestação hibrida com versos de Sebastião, rei do coco goianense e rimas ácidas de uma literatura sub-urbana delinqüente, tentando vir-a-ser entre o apre(e)ndido oralmente (pela TV, CD’s e Downloads) e poesia escapulida do sistema educacional de ensino de adestramento. Estando em uma necessidade íntima de escrever, recitar e publicar em nosso urbano/roçado com inventividade espontânea africana /experimentalismo vanguardista europeu versadoa a sua maneira; marisqueiras/maresias/mortalhas a sua maneira, literadura critikaos a sua maneira.

Todo um mosaico de tradições que quando não se renovma tornam-se traições como diz o poeta Ivan Maia. E esta renovação se dá hoje no modo como se dialoga com os canais de manutenção da cultura, incentivo, fomento, preservação e formação, via editais públicos e do setor privado.

No contexto brasileiro atual, os editais têm sido um mecanismo importante para suprir subsídios para as artes. (...) apesar de sua importância, faltam políticas a longo prazo para o desenvolvimento de continuidade artística. Sempre é uma nova loteria ser aprovado a cada edital e ver o risco da continuidade de uma trajetória não ter subsídio garantido. (Revista IETA!, dezembro de 2009).

Ferramentas do estado democrático por representação, democracia esta que nos oferece canais de escuta e participação – muitas vezes mecanismos de ludibriamento para manter oligarquias, lobistas, cartéis e monopólio políticos – mas isso é outra história.

Contra a crise, CRIE! E queremos criar, projetar, provocar. Por isso a importância e urgência do apoderamento dos mecanismos do estado ao incentivo, manutenção, preservação e fomento. É toda uma demanda dos que fazem arte nessas ilhas de oceanos canavieiros. Pontos que buscam articular-se para uma autonomia, independência dos balcões de prefeituras, secretárias e fundações. Por uma cultura de autonomia e liberdade, por uma cultura que teça uma trama onde sustente toda a biodiversidade cultural da mata-norte, um novo modo de re-existir na cultura da cana.

E encerro sem muita originalidade re-fazendo a mesma pergunta do CLÁUDIO LACERDA na Revista EITA!, edição de dezembro de 2009. “Podemos dentro da modernidade líquida, com sua rapidez e superficialidade de fast-food, preservar um lugar para a ética, a coerência e a integridade na criação artística e todas as relações, econômicas, sociais, políticas, que a envolvem?”

Philippe Wollney

SARAU INTEGRADO – 14 de Agosto de 2010 - Parte 2

SARAU INTEGRADO 14 de Agosto de 2010.
Parte 2.

Estamos em uma região [mata norte de Pernambuco] onde os serviços de transporte coletivo ou autônomo funcionam apenas até as 18:00h, isso é um dos grandes empecilhos para os deslocamento noturno entre município, deslocamento e fomento de cumplicidades. Com a internet talvez esse comentário esteja desatualizado mas, como mandar poetas, músicos, instrumentos, público por e-mail?
A ação que aconteceu no último dia 14 de agosto foi importantíssima não só para os poetas e público. A ação [Sarau Integrado] inaugura uma programação itinerante pela mata norte, nossos esforços são para que cada cidade seja um ponto de inter-conexões de uma grande rede de provocadores transitando pela região.

Sobre literatura:
Antes de tudo precisamos dar carne a nossa literatura, corpo vivo e bruto ebulirndo sutilezas. A nossa tradição literária permanece no repasse físico, na oralidade do verso cantado, contado ou dançado, trazemos uma fome pelo verso escrito, fome de livros, bibliotecas, livrarias, zines, revistas porém, essa necessidade só será satisfeita com um produto que possa ser tocado e repassado mão a mão, olho no olho. Nossos escritores estão anônimos, desconhecidos, as bibliotecas esvaziadas, os coretos mudos por que o escrito é ainda visto como a linguagem do opressor, do contratante, do senhor, do inalcançável e no máximo é domesticar os filhos e castrá-los em escolas que tentaram formar simulacros de homens de terno branco.
Quero provocar, e dizer que a literatura por essas bandas precisa de rostos (à tapa?), boca e olhos nos olhos.

Eis algumas fases:




Geisiara Lima


Philippe Wollney


Ademauro Coutinho


André Philipe


Thiago Albert


Sandro Gonzaga


David Borges


Rodrigo Rodrigues


Aluízio Fidelis


Banco de Cavalo Marinho


Caboclo de Lança

fotos: Philippe Wollney

17 agosto 2010

SARAU INTEGRADO – 14 de Agosto de 2010 - Parte 1.

Invadimos no sábado passado a cidade de Pedra de Fogo para mais uma atividade – SARAU INTEGRADO uma co-produção do Silêncio Interrompido com Wander Shirukaya & Geisiara Lima ambos ativistas culturais da cidade, ele músico e contista, ela artista plástica e poetisa.
As atividades começam durante a tarde com os vídeos: “Você tem fome de quê”, “Augustiniano”, “Eu escrevo minha alma”, “Um dia aconteceu e não vi” e “Obelisco” todos produzidos por nós. E exibimos “Conceitos sem Contrastes” e “Estátuas” Vídeos baseados nos poemas homônimo de Felipe Durand (Recife-PE)
Logo após seguimos com a nossa experiência de comunicação sobre o Poeta Antero de Quental com Wander Shirukaya trazendo a crise existência do poeta refletida em sua obra e sobre o Contista Julio Cortazar e seus aspectos fantásticos de seus contos.

Já a noite, fomos em direção à Praça da Badeira. Aí que pegou fogo a noite, muita poesia com os poetas do Silêncio Interrompido, Ademauro Coutinho, Aluízio Fidelis, André Philipe, David Borges, Philippe Wollney, Sandro Gonzaga, Thiago Albert e Wellison. O microfone rolou livre pra os poetas de plantão da cidade.
Aconteceu a distribuição do “ZINE DE CARA COM A POESIA” do poeta Malungo (Paulista-PE) que passa a se infiltrar pela mata norte também.

E finalizando a noite rolou Cavalo Marinho e Maracatu, assim é pra se perder nesses canaviais.

Contamos com a parceria do K.A.O.S (kamaradas anarquistas organizando a sociedade), Ponto de Cultura Alafiá, IAPÔI cineclube e Secretária de Cultura de Pedra de Fogo.


MOSTRA DE vÍDEOS


WANDER SHIRUKAYA


SARAU INTEGRADO


SILÊNCIO INTERROMPIDO, WANDER, GEISIARA, POETAS DE PEDRA DE FOGO



CAVALO MARINHO


MARACATU

10 agosto 2010

SARAU INTEGRADO



O Movimento Silêncio Interrompido começa a sua programação para o segundo semestre de 2010 com um sarau de múltiplas linguagens na cidade de Pedra de Fogo no dia 14 de Agosto a partir das 15:00h. A iniciativa é uma produção do grupo de Goiana com outros produtores da cidade de Itambé e Pedra de fogo. O SARAU INTEGRADO contará com uma mostra de vídeos entre eles, os produzidos no 1° semestre de 2010 em Goiana pelo Silêncio Interrompido em parceria com o IAPÔI cineclube e o Ponto de Cultura Alafiá, do Poeta recifense Felipe Durand e o vídeos man goianense David Borges. Haverá um momento de diálogo com Wander Shirukaya (contista de Itambé) sobre a estrutura do conto moderno tomando como referência os autores: Antero de Quental e Júlio Cortazar. E logo após um recital de poesias com poetas da cidade de Goiana, Condado, Itambé e Pedra de Fogo e para encerrar será lançado a zine “DE CARA COM A POESIA” do poeta recifence Malungo. O zine é trimestral e passará a ser distribuído na mata norte.

03 agosto 2010

IAPÔI cineclube - programação de Agosto.

ÁRIDO MOVIE de Lírio Ferreira.



Jonas (Guilherme Weber) é o repórter do tempo de uma grande rede de TV, que mora em São Paulo mas está rumo à sua cidade-natal, localizada no interior do nordeste. O motivo é a morte de seu pai (Paulo César Pereio), com quem teve pouquíssimo contato e que foi assassinado inesperadamente. Jonas enfrenta problemas para chegar à cidade, até que recebe carona de Soledad (Giulia Gam), uma videomaker que está fazendo um documentário sobre a água no sertão. Ao chegar ele encontra uma parte da família a qual não conhecia até então, que lhe cobra que se vingue da morte do pai.
retirado de: http://www.adorocinema.com/filmes/arido-movie/


Local: Centro Educacional Ciranda de Letras - GOIANA-PE
Quando: 15 de Agosto de 2010 as 16h00min
Quanto: Gratuito
Idade indicada: 14 anos

Apoio: Ciranda de Letras, Vênus Comunicação, Ponto de Cultura Alafiá, Silêncio Interrompido e Bicho Coisa Design, Sociedade Mistério, CNC e FEPEC.


O RAP DO PEQUENO PRÍNCIPE CONTRA AS ALMAS SEBOSAS de Marcelo Luna e Paulo Caldas.



O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas representou no ano 2000 uma bela conciliação do documentarismo tradicional brasileiro com novas formas de apreensão do real nascidas do music video e do documentário performático. Em comum entre o matador sem culpas e o baterista com consciência social, além da origem nas favelas de Recife, existe a necessidade de responder com algum tipo de vigor a um contexto de miséria e degradação das relações humanas. No centro da discussão, a lógica do justiçamento e uma pergunta que teima em não calar: somos o que nascemos ou aquilo em que nos tornamos? As mesmas questões ressurgem no curta ficcional O Último Raio de Sol, um conto catártico sobre o ócio e a arrogância de certa elite brasiliense.
retirado de:http://www.programadorabrasil.org.br/programa/73/

Local: Centro Educacional Ciranda de Letras - GOIANA-PE
Quando: 29 de Agosto de 2010 as 16h00min
Quanto: Gratuito
Idade indicada: 14 anos

Apoio: Ciranda de Letras, Vênus Comunicação, Ponto de Cultura Alafiá, Silêncio Interrompido e Bicho Coisa Design, Sociedade Mistério, CNC e FEPEC.