04 outubro 2009

CANDEIA

É como um barco sem leme
Sopro sem pluma
Saudade sem cais
Lavrar o coração sem sol
E sentir o gosto salobre da água

Engendrar a ferrugem na veia
E ver o passeio estático das pontes
Varrer a poeira lunar
No cedo do ser revelar
Que pode um coração-afluente
Mirar outra paisagem
Serenadamente nua
Candeia

E assim derradeira
Nascerá mais bela e inteira
Doce e natural
Uma canção inexata
Cor de areia
Láctea chuva temporal
Inundando em mim

E assim
Toda estrada será a rota altaneira
Do há de vir do bem do Tao
E a fronteira final
Miragem
E um tom Sol
Claridade
E o tão só
Miragem

De: luiz Duarte / esso Guimarães

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