Cada passo de uma vez
Não se pode ir, mas irei.
Irei em busca do que não sei.
Caminharei por lugares
Onde o desconhecido habita
E faz jus ao seu nome.
Cenário da contradição
Traz consigo uma vasta ilusão
Triada para despertar
Tudo aquilo que está arquivado
Em minha memória.
Lembranças, fleches, alucinações,
Labirinto estreito repleto de aparições
Aonde revejo tudo
Até o passar do presente, do futuro.
Até o teatro que em outra hora tive que atuar,
O mesmo que tinha uma passarela
Que caminhei há uns séculos atrás.
O mesmo teatro que presencio
O horror de vida ausente distorcida.
Ressentimentos e mágoas abismais,
Submerso e em traze
Desperto e percebo
Que tudo isso não passou
De um sonho confuso que sonhei
Antes de dormir.
Estagnado, perturbado e cansado.
Tento refletir
Mas não consigo, e, novamente
Começo a divergir para um mundo
Aonde não conheço nada,
Só marcas registradas
De que aqui ninguém passou.
E desencontro tudo
Como uma profecia escrita
Por um velho senhor em seu leito de morte.
Retorno ao ponto de saída
E relembro que não houve partida.
No estresse pós-traumático
Esqueço e durmo
Mas os problemas apenas começaram.
Os pesadelos vêm para enlouquecer-me,
Atormentar, levar minh’alma a outro lugar
Distante, aonde sou o mais fraco
Dos seres.
Aluizio Fidelis
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