10 novembro 2009

Rir pra não chorar.

À noite as lágrimas saem dos meus olhos.
Acordo na manhã triste,
e elas continuam a escorrer pelo meu rosto.
A alvorada surge nublada pela minha nuvem de tristeza.
A chuva cai.
O meu pranto lava.
Está frio.
Meu coração congelado sangra.
Minha angústia dilacera meu corpo inteiro.

Sento na sala de estar
e ouço minhas raízes negras vibrarem nos meus ouvidos.
Me recomponho de novas forças.
Sorrio pra não chorar ouvindo o mestre Cartola.
“Eu quero nascer, quero viver.”
Enquanto vida eu tiver,
vou continuar a rir pra não chorar.

Meu sol sempre nascerá da profunda escuridão.
Iluminará meus caminhos, meus sonhos, meus pensamentos...
Cantarei minha bela canção desafinada.
Sentirei a fragrância da alegria.
Chorarei a dor da solidão que sucumbirá afogada
no oceano do meu sorriso alto e reluzente,
meu sorriso universal e eterno.
Sorri, estou sorrindo agora e logo sorrirei,
porque enquanto vida eu tiver,
vou continuar a rir pra não chorar.

Sandro Gonzaga

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