Posta a pratos limpos
A cabeça decepada
Do poeta eufórico
Do poema ilógico
Por ser carne e chão
Cremado sejam todos
Os escritos as blasfêmias
Espelhos falsos que dizem
Traduzir lama e gritos
Rasga o poeta vivo
Negras vestes do rei
Ele corta e sangra
Não o deixem cantar
Ele corta e sangra
Dizia de cegos e mortos
Aludia lamentações
Quando hipocrisia era prato
Predileto dos reis
Alegoria de iludido povo
Por que amava avesso
Em verso espada
El rei sacramentado
Aos gritos estampidos
Quero o poeta morto
A cabeça do porco
Aos cães danados
Quebrem o verso faca
Façam-no calado
Ponham sobre a mesa
Em bandeja posta
A cabeça submersa
Para que sirva de exemplo.
José Torres (Verso Avesso/1987)
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