10 novembro 2009

O desamor

Um pedaço de papel amassado
Revelou as dores do assombrado
Tijolos desalinhados
O arquiteto fez tudo errado
A porta podre
Balança, irrita, cansa
Como se estivesse dotada de vingança
As cores clareiam, envelhecem
Me chateiam
E se envaidecem
O marrom já não tem o mesmo tom
É amargo
O que um dia fora bombom
Olhos amedrontados!
Quem deixou os quadros desalinhados?
Estou ficando louco
Ou estão me olhando torto?
Vai dizer a eles
Que um dia alguém os amou!
Que nem sempre fui frio
Muitas noites exalei calor
Que já usei o pincel
Minha boca já escorreu mel
Que já pintei muitos amores em tom pastel
No mesmo papel
Que hoje descrevo
Meu destino cruel.

Geisiara

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