10 novembro 2009

Casa dos ratos

Enquanto minha vó perde a visão.
Burlo as regras da sobrevivência.
Vou parar na feira com um facão.
E rasgo o papel de parede da inocência.

Ajoelho-me na Misericórdia.
Rezo uma oração.
Que quebre as correntes da discórdia.
Que amole meu facão.

Desço na Treze de Maio.
Só para me libertar.
Agora anda caindo raio.
O meu facão já quer matar.

Desço na subida do Rex.
Ao lado do grande vários lados.
Aonde já preguei com durex.
Que no carnaval desceremos melados.

Chego na rua direita.
Onde tudo acontece errado.
Onde um bandido se enfeita.
Quer um cargo? Está contratado.

E na frente da biblioteca municipal.
Que é da Maçonaria.
A câmara quebra um maior pau.
Só por causa de uma poesia.

Vocês que elaboram as leis.
Não passam de palhaços.
Sentados, rainhas e reis.
Roendo as roupas dos ratos.

Vidal de Souza

Nenhum comentário: