01 dezembro 2008

eu carniceiro de mim

está instituída a política do sadismo!
sem propósito?
SEM PROPÓSITO?
minha raiva não tem propósito
mas meu sadismo
meu sadismo é para devorar
a mim mesmo
meu sadismo procura
o mesmo gosto
que você teve em me comer e não bastar mais e escurecer e me jogar fora
- você pensa que uma dor é pra substituir a outra?

ABERTAS VAGAS PARA MENOS CRETINOS
[ do que quem? ]

- exploda essa razão do engodo -

ah! essa vale a pena ser recitada!
essa vale a pena ser recitada.

auto-existente é quem se alimenta da dor que come a gente
você quer a paz do domingo
eu quero a paz do último salto a 1 km de altura

revirei-me geórgia. toquei fogo na roupa. você colocou os óculos escuros.

eu não quero mais.
eu não quero mais.
eu não quero mais.

eu acho tudo isso muito engraçado:
aprender a ser carniceiro de mim mesmo
mas não me saboto não me nego não me prendo

e sim! ainda vou continuar a gritar
falar em alto volume mesmo que a senhora dona moça se incomode pelos
meus maus hábitos e que a senhora dona moça se afogue a noite toda na cachaça não queira foda e acorde com o esgoto na boca.
agora você vai me ouvir.

esperemos! sim! oh! esperemos um pouco mais para darmos um abraço.

revelo meu lado sombrio sem medo – quem morre tantas vezes ao dia não
tem mais medo de velha faca de menino de interior.

ei, moço moderninho!
jovens
jovens
as pessoas se abraçam.
[ na verdade eu queria ter dito “amigos”
mas doeu demais ]

quando eu tocar fogo na roupa?
olhos nos olhos?
o amor comeu?

esta instituída a política do sadismo!

carol vitall

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