19 fevereiro 2010

P O E M A E P I C U R I S T A

Oh não! Não a mulher verbosa, ereta e longilínea
A mulher eólia, lépida e laboriosa
Ou a mulher paridora de profícuos labregos.
Tampouco a mulher namoradinha do poeta intonso.

Eu quero a mulher marinha, noturna
A mulher poema curto
Com uma carga de eletricidade em cada fio de cabelo.
Meu Deus! Eu quero a mulher que fica
Eternamente, em todas as posições horizontais ou semi-
[-horizontais entre lençóis enlanguescidos
Com um sorriso lascivo entre os lábios de fogo.
Eu quero a mulher que tem
A boca abusada (e calada);
Os seios grandes, imensos
Para alimentar minha meninice de canceriano;
Os pelos fartos e crespos onde
Se perdem facilmente um poeta e seus anelos.
Um cheiro víneo e fêmeo,
Um sabor selvagem a coroar a flor suprema;
As nádegas arrogantemente abundantes e luminosas
Cheias de promessas venéreas e orgasmáticas.
Mulher objeto (?) sim.
A mulher meu cigarro, meu futebol
Minha cachaça, meu livro de cabeceira
Minha poesia.
A mulher sublime.
A dela será até o meu ultimo estertor.

Marcelo Arruda

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