19 fevereiro 2010

Insônia.

Perdido em destroços
de um ritmo lento.
Fragmentado pelo remorso
que produz desalento.
Entrevendo a imagem distorcida,
a paisagem repetida
do vago discernimento.

Por onde a lembrança encarnecida
pairou para viver ferida em pensamento.
A ânsia agoniza no esparso sofrimento.
Morrer e nada ter...
Apenas a distância da jornada
desencarnada pela permanência
da liberdade de voar...

Tendência de recriar na vida
um longo caminho perfeito
que se torna uma linha rompida,
um ninho desfeito...
Fantasia de gerações...
Poesia de ocasiões...

Tudo planejado para no dia previsto ressurgir...
Marcado pelo passado, desatino da razão.
Tudo antes pensado para um breve destino
entre infinitos que estão por vir.
Durante a noite, quantas vezes,
terei de abrir os olhos para sentir
que ainda não consegui dormir?

Sandro Gonzaga

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