25 janeiro 2009

Tarde tranqüila.

As crianças correm brincando na praça,
sentindo no presente encantado
a liberdade da paisagem cantada
por risos infantis, pássaros diversos, instrumentos...

A tarde se desenrola formando um cordão
que amarra a pura delícia de um sonho.
As árvores movem-se com cabelos de ventos transversais,
a arte envolve a mística duma igreja,
aves sobrevoam o espaço em direções opostas...

Quem sabe o dia que vai morrer?
Sinto a sombria leveza do tempo,
refeita numa canção sutil como “o cair destas folhas”
que perdem o galho da vida
para o nascimento de outras folhas.
Assim se perpetuará a correnteza do passado:
sustentada por raízes que morrerão num momento.

E quando a inexistência existir...
No futuro tudo será nada.
Mas compondo o vazio num cavalo alado
Galgarei as mais longínquas alturas
em busca do deslizar das constelações em cascatas siderais.

Sandro Gonzaga

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