25 janeiro 2009

Algo que penso

Sou a mais bela das poesias
existentes nesse livro.
Deste teatro
sou o encanto dos personagens.
Dessas vidas serei a morte
adormecida de dor.
Das luzes
sou o brilho amarelado.
Desta mata
sou as flores caídas e mortas.
Daquele lar
sou a bela mulher a caminhar.
Deste mar
sou a velha onda que bate nas falésias.
De mil anos atrás
sou um neandertal à procura de sua caça.
Ao final do muro
sou os destroços de um corpo derrubado ao chão.
E se tudo mudar?
Sou então uma estrela.
Desse momento eu me esquecerei
para não mais vivê-lo.
E se um dia eu chorar?
Serei algo além da pureza.
Destes versos
sou as linhas.
Daquela trilha
eu era o vento que batia em ti.
Vai ser preciso mais de mil palavras
para dizer a verdade.
Um dia acordarei do infinito
e ao sobrenatural viverei.
Da minha cabeça
sou os conflitos de minha própria mente.
Ao desfrutar o pôr-do-sol
vejo-me presa na Via-láctea.
Naquele dia eu era a ilha
e me perdi de você, o oceano.
Nos teus sonhos
eu fui o nada.
Num filme nacional
eu fui Lisbela.
Ao girar o globo,
um mundo, um ponto, sou eu

Pollyanna Gomes

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