30 dezembro 2009

Insônia

Faço de tudo para afastar você de mim.
Leio livros, escrevo cartas.
Sem começo meio ou fim.
Penso no bem, penso no mal.
Na mentira e no real.

Olho a rua sem passantes.
Tomo chá, refrigerantes.
Durmo.
Acordo.
Não, não durmo nem acordo.
Situação estressante.

Ouço rádio, mas desligo.
Desisto, vejo tevê
Considerando castigo
Não escapar de você.

O galo escancara o canto.
Pia a coruja agourenta.
Gatos miam e quebram o telhado
Maneira de amar violenta.
Os ruídos crescem os ouvidos
E as horas correm tão lentas!

Sinto medo de caveira.
De alma de outro mundo.
Invoco todos os santos
De São Jorge a São Raimundo.

Choro, esperneio, enlouqueço.
Estou ficando maluca.
Mais uma noite, prisioneira.
Dessa terrível arapuca.

Rogo pragas, nomes feios.
Chamo você de demônia.
Faço tudo e não me livro
De você maldita INSÔNIA.

Sebastiana de Luordes

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