Advento da vida.
Advir em águas claras
sustentando meu mundo
no sentido da grande órbita.
Mas o adverso destino
me coloca pelo avesso
numa rede de desatino
que dissolve-me na correnteza da falta.
Olha pra mim com sorrir desdentado,
percebendo a barreira intransponível a se erguer.
Sou movido pelo desejo insaciável
de tê-la contida num sonho,
do qual espero nunca acordar.
Vem, com tua presença fulgurante,
para planarmos sobre paisagens desérticas,
inundando-as com mares encantados.
Vem, despertando as coisas mais sublimes,
para aquecer meu corpo glacial
que não encontra em nenhum cobertor
a paz resplandecente da tua chegada.
Vem, amanhece esta noite que não passa,
deixando meus passos sem distância.
Vem, quero as palavras do teu coração,
quero o silêncio da tua mão
a me levar para onde nunca sei.
Só sei que é sempre o lugar perfeito.
Sandro Gonzaga
Um comentário:
Achei lindo, não ha palavras para expressar a beleza deste poema.
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