22 junho 2008

Jornada

Sigo por caminhos marcados,
Imutado por barreiras entre o ser e o pensar.
Siga a correnteza de um rio,
Que deságua sobre o turbilhão de medos camuflados dentro de mim mesmo.
Transito entre mundos opostos, vidas opostas,
Em busca de uma única estrela no meio dessa poeira,
Que queima meus olhos e atordoa meus sentidos.
Sigo com esta lança cravada em meu peito,
Que atravessa o espírito, já morto e nunca revivido.
Sigo repleto de chagas, feridas abertas pelo tempo,
Que não cansam de revirar os segredos que deveriam ser esquecidos.
Sigo por uma estrada de pedras,
Que nunca se bifurca e sempre acaba.
Sigo por entre o vazio,
Onde encontro da imensidão de universos micrométricos.
Sigo por todos os países,
Por todos os solos deletérios que chamam meu nome como a um igual.
Sigo por entre raios de luz,
Que se confundem com a escuridão que me rodeia.
Sigo apenas cambaleando,
Pelos tortuosos segundos que ainda restam nessa interminável canção.
Apenas cantando,
Apenas sorrindo,
Pois sei que quando a noite acabar,
Todos os caminhos serão um só;
E poderei findar meus gritos,
Com alguém que estenderá os braços aos meus.

Thiago Albert

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