09 julho 2008

Libido

Faz-me perder os sentidos outra vez;
Apressando-me com os dedos e a língua,
Amarrotando-me o corpo com tua nudez;
Amordaçando-me no vapor da saliva;

Morde-me o pescoço e aquece-me a nuca;
Profana-me com palavras os ouvidos;
Percorre-me pele, pêlos e vulva,
Sufoca entre tuas pernas meu gemido;

Ata-me os pulsos com tuas mãos;
E prende-me forte a tua cintura;
Atira-me as roupas dispersas no chão;
Faz-me refém de tua irremediável loucura;

Persegue-me como a fissura a teu vício;
E entrega-te como o corpo a morte;
Deseja-me como o fim ao início;
E como ao sangue a dor insuportável do corte;

Experimenta-me até o cansaço;
E mantém incansável o membro erguido;
E enquanto me ocupa o tempo e os espaços;
Penetra-me os poros com tua libido.

Liedja Marques da Silva

2 comentários:

Unknown disse...

adorei esta poesia.extremamente sex.gostaria de saber de onde veio tal espiraçao.
Ou quem sabe ser a nova espiraçao dessa poetisa.
Gostei muito

poesia é vida disse...

Meu marido me inspira muito, nossos corpos dialéticos embaixo dos lençóis dialogando alternadamente entre sussurros e gemidos, volupias e caricias que estendem até as fronteiras da nossa cama.