A carne sem esquecer a fome que a devora
serve-se às pressas desses dentes
A carne indiferente à fúria que lhe trai
dá-se tenra e inócua ao crime
A carne incontinenti abrange a morte
abraçada a sorte como que eterna
A carne espreita a lâmina austera
lavando a sangue o gume que a fere
A carne dá-se conta que é tarde
aberta oferecida à fera
José Torres
(verso avesso/1987)
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