Pega o barro da palavra
mistura aos sete sentidos,
rega com água da fonte
de quanto o homem tem sido,
bate e amassa bastante
até ficar dolorido.
Agora está consistente.
Dá-lhe forma gentilmente
como a fazer-lhe um afago.
Nunca esquecerás que és barro
vendo-te assim refletido.
Que cresça o mais só possível.
Satisfeitos seus caprichos,
como à noite segue o dia,
verás nascer a poesia
do fundo do indizível.
Marcelo Arruda
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