25 julho 2008

No bar

Tudo acontece.
Até garçons surdos.
Falando de música
E se sentindo uma geração atrás
Descobre-se o círculo do tempo.
As mesmas brincadeiras:
“Belchior de novo?”
Ainda os mesmos.
Papo de folho, tarefas domésticas.
A barra da vida,
A verdadeira batalha,
É sempre bem prosaica,
Em qualquer ponto da grande marcha.
Há sempre a parada pro chopp,
Aquela música, o papo em dia...
Vamos deixar a revolução pra amanhã.
Chegando em casa cansado,
Jantar, os chinelos, uma trepadinha...
(e a reunião?)... acesso de egoísmo?
Então não vamos fazer a história?
E a aposentadoria daqui a vinte e cinco anos?
E o trabalho servindo pra nada?
E o arrocho salarial?
E o humor?
Saco!

Marcelo Arruda

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