Um homem que se acostuma a andar na negra fumaça
Não percebe nada além
De sua cegueira e sufocamento
Quando, enfim, por algum motivo, a nuvem passa
Ele traz impregnado na pele o cheiro incendiado
Seu suor, cinzento
sua lágrima, carvão
Quando, no corpo, lhe escorre a água limpa
Aos seus pés, enegrecida,
Evapora em névoa de escuridão.
Vitorino da Silva
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