Cumprem-se as promessas nos joelhos em carne viva,
e o sangue
inunda a terra,
cantam as
sereias em silenciosos rumores,
afunda-se a
espada,
crava-se a
indiferença.
…
Indiferença do
que se olha, como se tudo já se conhecesse,
tantas as
viagens, tantas as repetições,
tantos os
orgulhos, tantos os seixos pisados,
…
nem um grito
aparece, nada
diferente,
repetições já
saturadas.
…
Rastejam as promessas, pelas lágrimas que ficaram,
enganos,
mentiras, algumas palavras sem nexo,
riem-se os
adamastores, naquela altivez latente,
que cansa o
vento.
…
[que me
cansa...]
…
Tanto o
esquecimento desejado, suplicado.
E nascem alguns
lírios, como troféus
da vida onde as
promessas valem
mais que factos,
e tudo recomeça
novamente, como se o nada existisse.
…
[Este nada que
me cansa, que se repete],
das promessas
que se julgam,
cumpridas,
dos atos que se
voltarão a repetir.
O Transversal -
Ricardo Pocinho.
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