Depois de todas as semanas
Sextas à noite se repetem
Nenhuma palavra é nova
Todos os poemas se repetem.
Sexta à noite é a noite
De exorcizar os demônios.
Sexta à noite é uma fronteira
Para a nova semana em que
Se cumprirão os projetos?
A sexta à noite é tão brasileira
Quanto o erro de colocação
Pronominal – é uma fraqueza.
Faremos os melhores poemas
Os mais engenhosos, além-fronteira
Da sexta à noite.
Hoje vamos beber.
Amanhã vamos dizer
Que não beberemos mais
E depois de amanhã
Que sabe mais amargo sempre,
Vamos viver a preguiça
De se apetrechar
Pra mais uma aventura urbana.
Na semana propriamente dita
Veremos, mais uma vez
Que a história avança a passos lentos
E que, depois do fim de semana
Faremos algo mais pra dar
“a nossa contribuição”
- cujo peso é aliviado
Pela indefectível
Sexta à noite, como
Palavras amenas
Que “salvam” poemas duros.
Marcelo Arruda
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