Desfaz o lamento desprezível, repugnante...
Estrangula a imensa falsidade.
Ser execrável de presença humilhante
Bocas e becos transbordando tempestade.
Tropeça, atira e tira o torpe traje do ultraje
A vingança tem a sutileza do seio
Olhos de carranca, sino que retroage
Mendigo devorando prato cheio.
Teu deus limita o homem a nada
Beleza falsa de tramóia insana
Destino do fogo e da espada
Infectando a raça humana.
Alma imunda que prega o amor
Canta louvores ao meio dia
Se espoja na lama fétida do pavor
Ostenta um deus de hipocrisia...
Que vai guiando a multidão...
A ignorância reflete a covardia.
A cruz tortura o herege, o pagão...
Tendência para o domínio cruel.
A fome enforca o perdão,
Apaga as estrelas do céu.
A religião não nutre o corpo sem pão
No espetáculo do caos sob um véu.
Sandro Gonzaga
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