"quem nunca rasgou o coração"
Vinícius de Morais
e, calei-me.
auto-exílio nos confins de mim
mesmo. talvez, há tempos, vinha me atrofiando. em silêncio. mal dos cancerianos,
seres alérgicos das intempéries, e sua estúpida
ilusão na carapaça. agora, o sapo engolido, está maior que antes, não passa
pela garganta, e embutido, incha em meu peio. coaxa no ritmo de minha dor.
calei-me.
simultaneamente fui o coveiro
e o cadáver. a sete palmos cuidando do jardim. consoante ao silêncio dos vermes
quando se cansam da carne acre. enfadado, como um suicida, de explicar o que
não há sentido, assim, melhor fiz, cimentando a saída.
calei-me.
os ouvidos, aborrecidos. a
minha ladainha, de recitar apenas as miudezas que me motivam. e lhe enjoa e lhe
maltrata.
então, decidido, calei.
por respeito à minhas
palavras.
P.W
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