Ao Silêncio Interrompido
Ao clarear de versos
retoma o sobrado a luz
que iluminara a rua
por tantas luas
na varanda os atores são outros
a rastear cânticos do passado
que ainda cortam silêncio
não atenuam-se chagas
dispersas sob sombras
de amontoados de sobras
intentos de textos
que reclamam desfechos
ensaios de uma única obra
entre eles a voz muda
de mortos insólitos
instiga revelarem-se
revelá-los em um tempo
que não mais os pertence
sob a luz tênue abrigam-se
instrumentistas em transe
a traduzir senhas
de versos inertes
que segredam fluxos de almas
reacendem cada palavra
a dotá-las de suas asas
a atirá-las da varanda
sobre a cidade incrédula.
José Torres
acompanhem o poeta no seu espaço: VERSO JORNAL
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